sexta-feira, 28 de março de 2014

Paulo Malhães: "Não me arrependo, cumpria o meu dever. Faria tudo de novo!”.

Nenhum problema. A expressão estava na cara. Cumpria o seu - dele - dever. Era um militar cumprindo ordens. Apenas. Estava no “estrito cumprimento do dever legal”. Desempenhava sua atividade e podia – será que ele pensa ainda poder?- matar e estuprar. Tudo dentro dos limites aceitáveis da Lei. 
Estava cumprindo o seu dever. Era Coronel da ativa e tinha como atividade principal tortura, matar e estuprar. Paulo Malhães. Não havia crime. Se estuprou alguma mocinha daquelas loucas por liberdade? "Se houve, foi um ou dois casos...". Ora, não mais que isso, portanto, tudo normal. 
Pausa. Como?! Se matou?! Perdeu a conta. Dentro da “Casa da Tortura” foram apenas – disse “apenas” com aquele ar de “não foi nada” – uns dois ou três. O mesmo número de estupros. Fora da "Casa", porém, perdeu a conta. 
Os corpos?! Ora, lá iria saber?! Espalhou pedaços deles por aí. Talvez agora com o auxílio luxuoso do Exame de DNA ainda possam identificar alguns. Se ainda encontrarem intactos alguns "pedaços deles por aí”. Por quê?! Nos os esquartejávamos. Fim de papo. E dos corpos. 
Tudo isso numa tranquilidade de quem estar colhendo frutos da árvore que plantou no próprio quintal. O inciso III do artigo 23 do nosso "atualíssimo" Código Penal é claro (mesmo naqueles anos de escuridão). Não há crime quando o agente – ele, no caso, o coronel torturador, esquartejador e estuprador – pratica o ato no “estrito cumprimento do dever legal". Trocando em miúdos: era “legal” o que esse ex-croto fazia. Torturava, matava e estuprava. 
Um dos meus dois leitores, esse que me conhece melhor do que o outro, sabe que este escriba não suportaria entrevistar esse “soldado raso” que em se tratando de tortura era um coronel. Meninos – os vivos -, eu vi! O ex-croto ainda ensaiou um choro de arrependimento. Mas ainda bem que corrigiu em seguida. 
Não tinha nada de arrependimento. Não adiantava mais. O choro dele, disse como se prestasse continência ao torturador-mor, não tinha nada de emoção. Nada de sentimentalismo besta. Era um choro de alegria. Um psicopata. Eles são assim. Todas às vezes que se lembram do mal que fizeram, choram de alegria. 
E hoje quando penso que alguns idiotas lobotomizados ainda pedem a volta de ex-crotos como o Cel. Paulo Malhães, como aquele Ministro que disse um dia sentir vontade de pegar um revólver quando alguém perto dele falava a palavra "cultura”, vontade quem tem de pegar um revólver sou eu. Pausa. 
Desculpem-me. Esqueçam. Sou um sujeito paz da cabeça aos pés. Nada de revólver. Vontade eu tenho mesmo é de puxar a sua - desse pulha – gravata e vê-lo descer somente merda no vaso do mundo. Uma confissão dessas em um país sério não teria graça. Seria prego batido e ponta virada. Sem revanchismo. Vou ao banheiro vomitar.
1berto de Almeida

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